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Cheia obriga moradores de bairros afetados a viver entre lixo e risco à saúde em Manaus

Água suja e lixo se espalham com a cheia e tornam rotina insalubre para moradores de bairros afetados pelo fenômeno na capital amazonense. Chuvas mantêm rio...

Cheia obriga moradores de bairros afetados a viver entre lixo e risco à saúde em Manaus
Cheia obriga moradores de bairros afetados a viver entre lixo e risco à saúde em Manaus (Foto: Reprodução)

Água suja e lixo se espalham com a cheia e tornam rotina insalubre para moradores de bairros afetados pelo fenômeno na capital amazonense. Chuvas mantêm rios do Amazonas acima do nível esperado A cheia do Rio Negro transformou a rotina de moradores das áreas mais baixas da região central de Manaus, uma das mais atingidas pelo avanço das águas. No bairro Educandos, famílias convivem com alagamentos dentro das próprias casas e com o acúmulo de lixo que acompanha a enchente. No local, o ajudante de caminhão Jonas da Silva e Silva improvisa pontes de madeira para circular dentro do imóvel. Sem ter para onde ir, ele tenta adaptar o espaço à nova realidade. "Já levantei o piso duas vezes, mas a água continua subindo. Não temos para onde ir", disse. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Segundo o Porto de Manaus, o Rio Negro atingiu 29,04 metros nesta sexta-feira (5). Apesar de julho marcar o início do período de vazante, o nível continua subindo — situação que não ocorria desde 2014. Imagens feitas por drone mostram que o muro de contenção do porto está praticamente coberto. Em setembro do ano passado, no auge da seca severa, a mesma área estava com ruas expostas e faixa de areia visível. No Educandos, parte dos moradores se locomovem apenas de canoa. Uma das áreas que virou canal era antes um campo de futebol. Em outra casa, a dona de casa Nizomar de Souza Gomes conseguiu proteger os colchões, mas perdeu outros móveis. “Quando alaga, a gente perde tudo. O que der pra salvar, a gente salva. O resto fica por aí mesmo”, relatou. Famílias cercadas por lixo enfrentam cheia do Rio Negro em Manaus Alexandro Pereira, da Rede Amazônica O lixo que se espalha com a enchente agrava a situação. Garrafas, entulho e restos de móveis boiam entre as casas. Com o acesso dificultado, a coleta é prejudicada e o descarte irregular se intensifica. A Prefeitura de Manaus informou que intensificou ações emergenciais nos bairros mais afetados. Em todo o estado, mais de 530 mil pessoas foram atingidas pela cheia, segundo a Defesa Civil. Ainda conforme a prefeitura, no bairro Educandos, mais de 800 metros de pontes provisórias já foram construídos, para garantir o acesso da população a escolas, igrejas e serviços essenciais. O Executivo municipal também informou que a distribuição de cestas básicas, kits de higiene e água potável está prevista para a próxima semana. Segundo a Defesa Civil de Manaus, não será necessário o deslocamento dos moradores, pois as estruturas emergenciais garantem segurança e mobilidade. Com o aumento do volume de chuvas, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) recolheu 2.559 toneladas de lixo entre janeiro e maio e barrou 1.359 toneladas de resíduos com ecobarreiras para evitar a poluição dos igarapés e do Rio Negro. “A vontade nossa era sair daqui. Se tivesse um lugar melhor, já tinha ido. Mas enquanto não tem, a gente tenta dar um jeito de viver”, afirmou Jonas. Situação atual da cheia de 2025 no Amazonas Antes e depois: cheia do Rio Negro em 2025 transforma áreas de Manaus De acordo com o último boletim do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, 133.711 famílias foram atingidas — cerca de 534 mil pessoas afetadas diretamente. As nove calhas de rios do Amazonas seguem em processo de cheia, com picos variando entre março e julho. Segundo os decretos municipais: 40 cidades estão em Situação de Emergência 18 em Alerta 4 em Normalidade Ajuda humanitária Para enfrentar a situação, o Governo do Amazonas já enviou: 580 toneladas de cestas básicas 2.450 caixas d’água de 500 litros 57 mil copos de água potável 10 kits purificadores do programa Água Boa 1 Estação de Tratamento Móvel (Etam) O apoio tem alcançado principalmente municípios como Humaitá, Manicoré, Apuí, Boca do Acre, Novo Aripuanã, Borba, Anamã, entre outros. Alunos do interior estudam de casa Na área da educação, 444 alunos foram impactados em quatro municípios — Anamã, Itacoatiara, Novo Aripuanã e Uarini — e seguem com aulas remotas pelo programa “Aula em Casa”. Chuva na madrugada de hoje agravou cheia dos rios no Amazonas Cheia em Manaus obriga moradores a viver em meio ao lixo e risco à saúde Alexandro Pereira, da Rede Amazônica Com o avanço da cheia, lixo se espalha e afeta a saúde e o dia a dia de moradores. Alexandro Pereira, da Rede Amazônica Famílias enfrentam alagação e convivem com lixo acumulado trazido pela cheia em Manaus Alexandro Pereira, da Rede Amazônica *Com informações de Alexandre Hisayasu, da Rede Amazônica.