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Café robusta de Rondônia captura mais carbono do que emite, diz estudo

Café Robusta Amazônico Armando Júnior O café robusta produzido na região das "Matas de Rondônia" sequestra 2,3 vezes mais carbono da atmosfera do que emi...

Café robusta de Rondônia captura mais carbono do que emite, diz estudo
Café robusta de Rondônia captura mais carbono do que emite, diz estudo (Foto: Reprodução)

Café Robusta Amazônico Armando Júnior O café robusta produzido na região das "Matas de Rondônia" sequestra 2,3 vezes mais carbono da atmosfera do que emite durante o cultivo. A conclusão é de um estudo realizado pela Embrapa em 2024 e divulgado neste ano. 🔎 As Matas de Rondônia são uma área de Indicação Geográfica que reúne 15 municípios produtores de café, como Cacoal, São Miguel do Guaporé e Seringueiras. A região concentra mais da metade da produção de café do estado. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias de RO em tempo real e de graça A pesquisa analisou 250 propriedades que cultivam o café robusta em Rondônia. Foi descoberto que cada hectare emite, em média, 2,9 mil quilos de gás carbônico (CO₂) por ano. Por outro lado, essas mesmas lavouras conseguem "puxar" da atmosfera cerca de 6,8 mil quilos de CO₂ por hectare, guardando esse carbono dentro das plantas. Ou seja, elas retiram mais do que emitem. No fim das contas, segundo a pesquisa, cada hectare de café robusta deixa um saldo positivo de 3,8 mil quilos de carbono por ano. Segundo o pesquisador da Embrapa, Enrique Anastácio Alves, práticas sustentáveis trazem benefícios não só para o meio ambiente, mas também para a qualidade da lavoura. “Cobertura verde, manejo adequado e sistemas arborizados ajudam a criar um microclima positivo, reduzem o estresse das plantas, conservam água, aumentam a matéria orgânica e favorecem a ciclagem de nutrientes", explica. Leia também: Jovem é chamada de 'pobre' e viraliza com vídeo mostrando 'a verdadeira riqueza' de morar na roça em RO Servidor é suspeito de desviar e vender materiais da secretaria municipal de saúde em Porto Velho Três homens são presos suspeitos de incendiar provedores de internet em RO Além disso, o pesquisador ressalta que, embora o carbono capturado retorne à atmosfera quando a planta morre ou é cortada, as plantas envelhecidas podem ser utilizadas como lenha na torra do café. Isso substitui combustíveis fósseis e contribui para manter um balanço positivo de carbono. O biólogo Marcelo Ferronato, presidente da ONG Ecoporé, destaca que, mesmo sequestrando menos carbono do que uma floresta nativa madura, o café robusta amazônico ainda representa um avanço importante para a sustentabilidade agrícola. “Um hectare de café sequestra cerca de 6,8 toneladas de CO₂ por ano, enquanto uma floresta madura pode absorver mais de 10 toneladas. Mesmo assim, o café já compensa as emissões de três carros de passeio rodando durante um ano e aproxima a produção agrícola de um modelo mais sustentável”, afirma Mas como é realizado o cálculo do sequestro de Carbono? Uma calculadora desenvolvida a partir de pesquisas realizadas nas lavouras de café da região das Matas de Rondônia permite medir o balanço de carbono na produção do café robusta amazônico. Enrique Anastasio, pesquisador da Embrapa, explica que o aplicativo foi criado com base em análises feitas em 150 plantas, cujas raízes, troncos e folhas foram avaliados quanto ao conteúdo de carbono. A partir desses dados, foi estabelecida a média de sequestro de carbono das lavouras da região. Além disso, os pesquisadores mapearam cada etapa da produção do café — como uso de adubos, mecanização, mão de obra e secagem — para determinar as emissões de carbono. Com esses parâmetros, a calculadora foi estruturada e aplicada a mais de 300 cafeicultores. Na prática, o produtor responde, no aplicativo, a uma série de perguntas sobre seu sistema produtivo. A calculadora consulta um banco de dados com os padrões de emissão de cada atividade e estima, por hectare/ano, o quanto é emitido de carbono. Esse valor é então comparado ao potencial de sequestro já definido para o café da região, permitindo calcular o saldo final. A ferramenta faz parte do Projeto CarbCafé e será apresentada na COP 30, compondo a vitrine de soluções verdes da conferência. Rondônia lidera café sustentável Rondônia é responsável por 87% da produção de café da Amazônia e ocupa o segundo lugar no ranking nacional de cultivo de robusta, atrás apenas do Espírito Santo. Em 2021, o café rondoniense recebeu o selo de Indicação Geográfica, valorizando a produção local, feita majoritariamente por agricultores familiares, que representam 95% dos produtores. Com produtividade média de 68,5 sacas por hectare, o café robusta da Amazônia tem potencial para se tornar ainda mais sustentável. O uso de adubos orgânicos e sistemas agroflorestais pode aumentar a captura de carbono e reduzir a poluição. O estudo também alerta para os desafios da cafeicultura diante das mudanças climáticas, como secas intensas e aumento de temperatura. Entre as soluções estão o uso de clones mais resistentes, economia de água e diversificação das plantações. Veja também - Rondônia é o segundo maior produtor de café robusta do Brasil: Parte 1: Rondônia é o segundo maior produtor de café robusta do Brasil