Desigualdade de renda no Brasil atinge menor nível desde 2012, aponta IBGE
Diferença entre os maiores e menores rendimentos diminui, mas país continua desigual

O Brasil registrou, em 2024, a menor diferença entre os maiores e os menores rendimentos desde 2012. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE, os 10% mais ricos do país receberam 13,4 vezes o rendimento dos 40% mais pobres.
Essa diferença é a menor da série histórica da pesquisa. Em 2018, o índice era de 17,8 vezes. No ano passado, a média de rendimento dos 10% mais ricos foi de R$ 8.034, enquanto os 40% mais pobres ganharam, em média, R$ 601.
Considerando o 1% mais rico da população, a desigualdade é ainda maior: eles recebem 36,2 vezes o rendimento dos mais pobres.
Crescimento maior entre os mais pobres
A pesquisa revelou que o rendimento dos 40% mais pobres cresceu 9,3% em 2024, enquanto entre os 10% mais ricos o aumento foi de apenas 1,5%. O rendimento médio nacional chegou a R$ 2.020, o maior da série histórica.
Para o analista do IBGE, Gustavo Fontes, o aumento da renda dos mais pobres se deve ao crescimento do mercado de trabalho, aos reajustes do salário mínimo e ao impacto de programas sociais do governo.
Menor desigualdade nas regiões Norte e Nordeste
Entre 2019 e 2024, as regiões Norte (54,7%) e Nordeste (51,1%) foram as que mais reduziram a desigualdade. No entanto, o Nordeste ainda possui o menor rendimento per capita entre os mais pobres (R$ 408).
Índice de Gini em queda
O Índice de Gini, que mede a desigualdade de renda e varia de 0 (igualdade total) a 1 (máxima desigualdade), caiu para 0,506 em 2024, o menor da série histórica.
Fontes destaca que, apesar da melhora, o Brasil continua sendo um país desigual. “O país ainda é bastante desigual, mas em 2024 observamos uma melhoria na distribuição de renda”, afirmou.
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