Jornada Nacional de Lutas mobiliza 50 mil em defesa da reforma agrária

Manifestação do MST destaca acesso à terra e soluções contra a fome no Brasil

Em abril de 2025, a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reuniu cerca de 50 mil pessoas em ações realizadas por quase todos os estados do país. As mobilizações, concentradas entre os dias 1º e 17, tiveram como lema "Ocupar para o Brasil Alimentar".  

De acordo com o MST, a iniciativa reivindica a democratização do acesso à terra e destaca a reforma agrária e a agricultura familiar como caminhos para erradicar a fome no Brasil. O movimento alerta que, mesmo com a retomada de políticas públicas, mais de 21 milhões de lares ainda vivem sob insegurança alimentar grave ou moderada.  

Reforma agrária como pilar da democracia  

Embora o governo tenha anunciado novos planos, o MST aponta que menos de 5 mil famílias foram assentadas desde o início do atual mandato, e muitos desses processos ainda estão em andamento. O movimento acredita que a reforma agrária e a mobilização popular são essenciais para fortalecer a democracia e dar visibilidade ao passivo de 145 mil famílias acampadas em todo o país.  

Este ano, as ações envolveram 47 municípios de 21 estados. Foram realizadas 28 ocupações de terra, dois novos acampamentos e cinco ocupações de órgãos ligados ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Essas iniciativas buscam acelerar a desapropriação de áreas improdutivas que não cumprem sua função social.  

Programa Nacional de Reforma Agrária  

O MDA pretende incorporar pelo menos 295 mil novas famílias ao Programa Nacional de Reforma Agrária até 2026. A pasta também avalia incluir terras pertencentes a grandes devedores em alguns estados para ampliar o número de beneficiados.  

A Jornada Nacional de Lutas reflete a força do movimento pela reforma agrária e o compromisso com a erradicação da fome, mantendo a pauta central de que a terra deve cumprir sua função social e garantir a dignidade das famílias que dela dependem.