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Conectividade vai levar telessaúde a todas as unidades indígenas até 2026

Com internet de qualidade, comunidades terão acesso a especialistas sem sair do território

Conectividade vai levar telessaúde a todas as unidades indígenas até 2026
Conectividade vai levar telessaúde a todas as unidades indígenas até 2026 (Foto: Reprodução)

Até o fim de 2026, o governo federal pretende garantir conectividade de qualidade a todas as unidades de saúde indígenas do país, viabilizando a expansão da telessaúde nas comunidades. A medida vai permitir que indígenas tenham acesso a médicos especialistas sem precisar sair de suas aldeias, melhorando o atendimento e reduzindo deslocamentos.  

“Nosso objetivo é chegar até o final do ano que vem com a universalização da conectividade em todas as unidades de saúde indígenas do nosso país”, afirmou Weibe Tapeba, secretário nacional de Saúde Indígena, em entrevista à Agência Brasil na véspera do Dia dos Povos Indígenas, celebrado neste sábado (19).  


Telessaúde em expansão  


Atualmente, 19 dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) já utilizam o sistema de telessaúde, que funciona por meio de internet banda larga do Programa Conecta Brasil, do Ministério das Comunicações. Os atendimentos à distância incluem especialidades como cardiologia, dermatologia, oftalmologia e pneumologia, com exames e consultas realizadas nos polos-base já equipados.  

Segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), a iniciativa pode beneficiar mais de 781 mil indígenas. O atendimento remoto evita remoções desnecessárias e amplia o acesso à saúde em locais remotos da Amazônia e outras regiões de difícil acesso.  


Avanços e desafios  


Desde 2023, mais de 700 pontos de conectividade já foram implementados. O avanço é parte de um esforço maior da atual gestão federal, que reverteu um corte orçamentário de 59% previsto na transição de governo e conseguiu aumentar em R$ 1 bilhão o orçamento da saúde indígena — R$ 500 milhões em 2023 e mais R$ 500 milhões em 2024. Hoje, o orçamento do subsistema indígena do SUS gira em torno de R$ 3 bilhões, o maior da história, segundo Tapeba.  

Ainda assim, os desafios são grandes. Cerca de 60% dos territórios indígenas não têm acesso à água potável, e há regiões com vazios assistenciais, onde a presença do Estado se resume ao atendimento de saúde. Segundo o secretário, seriam necessários entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões para cobrir totalmente o passivo histórico, especialmente em áreas como saneamento básico e infraestrutura de atendimento.  


Profissionais e estrutura  


A Sesai mantém cerca de 22 mil profissionais de saúde indígena atuando em Unidades Básicas de Saúde Indígenas (UBSIs), polos-bases e Casas de Saúde Indígena (Casais). A conectividade também é uma estratégia para ajudar a manter profissionais em áreas isoladas, possibilitando que eles tenham contato com familiares e apoio profissional, além de integrar os dados clínicos aos sistemas nacionais de saúde.  

“O recrutamento não é fácil, porque o profissional precisa praticamente morar no território por meses. Por isso, estamos buscando melhorar as condições de trabalho, inclusive com infraestrutura”, afirmou Tapeba.  


Mais atendimentos  


O número de atendimentos realizados pela Sesai mais que dobrou entre 2018 e 2023, passando de 9,1 milhões para 17,3 milhões. Com parcerias e reorganização interna, a secretaria quer ampliar ainda mais a cobertura e a qualidade dos serviços. “Estamos firmando acordos de cooperação com universidades e outras instituições públicas para reforçar nossa capacidade de gestão e assistência”, destacou o secretário.  


Fonte: Agência  Brasil


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