Dólar fecha em R$ 5,86 com tensão entre EUA e China e cautela do Fed sobre juros
A escalada na disputa aumenta o temor de novas rodadas de tarifas, o que impacta diretamente o comércio global

O dólar encerrou esta quarta-feira (16) em queda, cotado a R$ 5,86, influenciado por mais um capítulo da guerra comercial entre Estados Unidos e China e por declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sobre o impacto das tarifas na economia americana.
Na véspera, a Casa Branca surpreendeu ao divulgar que as tarifas sobre produtos chineses podem chegar a 245%, acirrando o embate econômico entre os dois países. A porta-voz do governo norte-americano, Katherine Leavitt, afirmou que os EUA estão abertos à negociação, mas que a China deve procurar Trump para avançar com um possível acordo.
A resposta chinesa veio nesta quarta: o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Li Jian, disse que os Estados Unidos devem abandonar ameaças e chantagens se quiserem diálogo. A escalada na disputa aumenta o temor de novas rodadas de tarifas, o que impacta diretamente o comércio global.
Ainda nesta quarta, Jerome Powell declarou que as tarifas adotadas pelo governo americano ultrapassaram o previsto, o que pode dificultar o controle da inflação nos EUA. Apesar de analistas ainda esperarem cortes de juros até o fim do ano, a pressão inflacionária decorrente da guerra comercial pode levar o Fed a manter ou até elevar os juros, o que afeta o fluxo de capitais para países emergentes.
“O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]”, afirmou Powell.
Com juros mais altos nos EUA, o dólar tende a se fortalecer globalmente, já que os investidores buscam maior rentabilidade em títulos americanos, considerados os mais seguros do mundo.
A instabilidade também se refletiu na bolsa brasileira. O Ibovespa fechou em queda, com os investidores adotando uma postura mais cautelosa diante das incertezas externas.
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