"Ainda estou aqui" conquista o primeiro Oscar para o Brasil
Produçõa cinematográfica brasileira foi premiado na categoria Melhor Filme Internacopnal no Oscar 2025

O filme "Ainda estou aqui", do diretor Walter Salles, estrelado pelos atores Fernanda Torres – indicada ao Oscar de melhor atriz– e, Selton Melo foi o grande vencedor na categoria Melhor Filme Internacional de 2025, gratindo assim, o primeiro Oscar para o cinema brasileiro.
O longa que deixou para trás as produções Emília Peréz, Flow, A garota da Agulha e A semente do fruto sagrado, conta a história de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado e engenheiro, Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar.
A entrega da estatueta de ouro foi feita pela atriz Penélope Cruz ao diretor do filme Walter Salles que, agradeceu as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro( mãe e filha) pela interpretação de Eunice Paiva. “ Isso vai para uma mulher que, após uma perda sofrida durante um regime autoritário, decidiu não se dobrar, mas resistir. Esse prêmio é para ela, seu nome é Eunice Paiva”, disse Salles ao erguer o Oscar, em suas mãos.
Entenda: Crime de lesa-humanidade
Mas, você sabe o porque “Ainda estou aqui” é uma obra importante para a história do Brasil?
O filme de Walter Salles se baseia no livro de mesmo nome, de autorida de Marcelo Rubens Paiva, filho da advogada e ativista Maria Lucrécia Eunice Facciolla Paiva(Eunice) e do engenheiro e ex-deputado carioca, Rubens Beyrodt Paiva .
Lançado em 2015, a obra faz um relato da vida e saga de Eunice Paiva e família, após o desaparecimento e o assassinato de Rubens Paiva pelos agentes de repressão da ditadura militar. Em busca de respostas sobre o paradeiro do marido e, consequente, prova de que o mesmo foi assassinado pela ditadura militar, Eunice lutou contra o regime militar pelo reconhecimento da responsabilidade do Estado na morte de Rubens Paiva e liderou campanhas pela abertura de arquivos sobre vítimas do regime militar, arriscou a própria vida mostrando documentos do SNI (Serviço Nacional de Inteligência) que vieram a público em 2013 e foi reconhecida como uma das principais figuras de combate a ditadura no país, ao destacar-se no processo de promulgação da Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas desaparecidas em razão de participação em atividades políticas durante a ditadura militar.
Durante anos, ela e os filhos foram vigiados por agentes militares (1971 até 1984)
Desaparecimento de Rubens Paiva
Em 1971, Rubens Paiva foi preso pela repressão do regime militar, suspeito de envolvimento com o guerrilheiro Carlos Lamarca. Após ser preso, Rubens foi morto nas dependências do quartel militar do Destacamento de Operações de Informações (DOI) do I Exército, no Rio de Janeiro,entre 20 e 22 de janeiro de 1971, durante uma sessão de tortura realizada pelos militares.
Para despistar e tirar a culpa das costas dos militares, o corpo do ex-deputado foi enterrado e desenterrado diversas vezes por agentes da repressão e, depois, seus restos mortais foram jogados ao mar, na costa da cidade do Rio de Janeiro, em 1973.
Filme
O filme de Walter Salles ganhou mais de 30 prêmios, nacionais e internacionais. Foi o quarto filme brasileiro indicado ao Oscar. O primeiro indicado foi “O pagador de promessas”(1963) de Anselmo Duarte. Tiveram ainda os filmes O que é isso, companheiro? (1998) de Bruno Barreto, O quatrilho (1996) de Fábio Barreto.
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